Incertezas políticas e nova taxa Selic podem impulsionar investimentos no exterior
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Os investimentos em ativos financeiros no exterior têm sido cada vez mais comuns entre os brasileiros. Os motivos para isso são diversos, como por exemplo, a instabilidade da moeda nacional em comparação a outras consideradas mais “fortes”, como o dólar americano e o euro, bem como a possibilidade de investir em um portfólio maior, diversificando os investimentos.   

Esta aplicação fora do Brasil proporciona uma nova perspectiva ao investidor, possibilitando, além da diversificação, uma proteção maior aos riscos nacionais, uma vez que ativos negociados do exterior estão expostos a perigos diferentes dos internos. Justamente por isso, tratando-se desta maior variedade de investimentos, possuir parte do capital aplicado em economias fortes também é uma estratégia de proteção e mitigação de riscos a longo prazo, ainda mais considerando uma economia emergente, que normalmente sofre mais oscilações que a dos países desenvolvidos. 

A nova taxa Selic divulgada nesta quarta-feira (04) chegou aos 12,75%. Esta é a décima alta seguida na taxa de juros nacional. No mesmo dia, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), o Banco Central Americano, também elevou sua taxa em 0,5%. Com as incertezas políticas de um ano eleitoral, deverá ser normal o movimento de brasileiros em buscar outras alternativas fora do país para aumentar os ganhos, ou pelo menos não deixar de ter retornos positivos com os investimentos.

Um dos principais fatores da instabilidade da moeda nacional nos países emergentes é a relação entre política e economia. A discussão de pacotes econômicos nas casas legislativas e declarações de autoridades políticas são capazes de desestabilizar o crescimento econômico e enfraquecer a moeda nacional, reduzindo assim o seu poder de compra quando comparada com outras moedas. Cenário este bastante conhecido pelo Brasil. 

Se em um ano regular o impacto político na economia já é grande, em um ano com eleições presidenciais isto se torna ainda mais evidente. As últimas eleições no Brasil têm sido bastante polarizadas, com candidatos com posicionamentos bastante distantes, principalmente no que se referem à reforma fiscal e a distribuição de renda, sendo dois assuntos que influenciam consideravelmente na economia do país. Justamente por isso, o ano eleitoral faz com que alguns brasileiros, com receio dos resultados das eleições, enviem remessas de recursos ao exterior para fugir da imprevisibilidade. 

Segundo dados do Banco Central do Brasil, em 2021, os fluxos de Investimentos Diretos no Exterior (IDE) totalizaram aplicações líquidas no montante de US$19,2 bilhões. Os três principais destinos para os investimentos dos brasileiros são: Estados Unidos da América, Ilhas Virgens Britânicas e Luxemburgo. Juntos, os investimentos registrados nestas jurisdições representam mais da metade da totalidade do capital brasileiro no exterior e, juntamente com Ilhas Cayman, quarto destino mais procurado, o percentual de representatividade ultrapassa 61%. 

No entanto, é importante dizer que o direcionamento de investimentos no exterior tem sido uma constante, não apenas nos anos com eleições presidenciais, mas também para quem busca uma alternativa para realizar investimentos, aumentando os cenários nos quais brasileiros possuem aplicações no exterior e precisam enviar recursos para manutenção destes bens. Inclusive, mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar americano, nos últimos quatro anos, foram registrados aumentos consecutivos do IDE declarado ao Banco Central, o que consolida esta tendência de investimento fora do país. 

Como visto, manter parte dos recursos no exterior pode representar uma segurança para os investidores, pois independente das circunstâncias políticas e econômicas locais, uma parcela do patrimônio estaria “protegida” quanto ao chamado “risco Brasil”. No entanto, independentemente das razões que são escolhidas para justificar este investimento no exterior, o processo de internacionalização dos recursos deve ser realizado mediante uma análise prévia das alternativas, bem como o investidor deve conhecer os impactos decorrentes desta movimentação. 

A internacionalização dos investimentos é um processo que pode ser executado de diferentes maneiras, podendo ocorrer diretamente pela pessoa física, com abertura de uma conta corrente ou de uma conta de investimento em um banco no exterior, por meio de uma companhia constituída fora do país, usualmente em jurisdições com tributação favorecida, como Ilhas Cayman e Ilhas Virgens Britânicas, ou ainda por meio de outras estruturas jurídicas, como por exemplo, fundos de investimentos e também trusts.  

Todas estas escolhas geram impactos fiscais e podem gerar efeitos para fins de sucessão. Neste sentido, é aconselhável consultar um especialista para auxiliar no processo de internacionalização, compreendendo as alternativas e os possíveis impactos decorrentes da escolha da remessa dos valores ao exterior. 

A equipe da AllShore Accouting Services  está disponível auxiliar aqueles que queiram realizar investimentos no exterior.